O universo de The Sims sofreu um baque significativo no final deste ano, com a Electronic Arts (EA) anunciando o encerramento do suporte e dos serviços para The Sims Mobile.
A decisão, comunicada aos jogadores no início de outubro, marca o fim de uma era para uma parcela significativa da comunidade que desfrutava da experiência de simulação de vida em seus dispositivos móveis. Este cancelamento não é um evento isolado; ele se insere em um contexto maior de reestruturação e cortes severos que a Electronic Arts vem implementando em suas divisões de jogos móveis e em estúdios menores.
A partir de 15 de janeiro de 2026, os servidores de The Sims Mobile serão desligados. Embora o jogo não desapareça imediatamente das lojas de aplicativos (ele deve permanecer disponível para quem já o possui), a capacidade de realizar compras dentro do aplicativo e o suporte a eventos e atualizações de conteúdo serão interrompidos. A EA se comprometeu a manter os servidores ativos por mais alguns meses para que os jogadores possam se despedir de suas famílias virtuais e gastar suas moedas premium restantes, mas o prazo final já está definido.

A comunidade reagiu com desapontamento previsível. The Sims Mobile, embora fosse uma experiência free-to-play diferente da versão para PC, tinha uma base de jogadores fiel que apreciava a portabilidade e a jogabilidade social simplificada. Muitos investiram tempo e dinheiro real em seus Sims e casas, e o encerramento abrupto, mesmo após anos de serviço, representa uma perda de progresso e um investimento emocional que não será transferido para outro título.
O cancelamento de The Sims Mobile é um sintoma de uma tendência mais ampla dentro da Electronic Arts. Nos últimos anos, a gigante dos jogos tem se concentrado em otimizar operações e realocar recursos para seus projetos mais lucrativos e estratégicos. Essa estratégia de “enxugar” o portfólio tem se traduzido em cortes consideráveis. A divisão móvel da EA, em particular, tem enfrentado reestruturações constantes. O foco claro da empresa está no desenvolvimento de grandes títulos AAA para console e PC, como a próxima geração de Battlefield, EA Sports FC e, crucialmente, o aguardado The Sims 5 (ou Project Rene).
Em 2024 e 2025, a Electronic Arts conduziu rodadas significativas de demissões que afetaram centenas de funcionários em diferentes estúdios. Esses cortes não atingiram apenas desenvolvedores de títulos móveis. Estúdios conceituados, como a BioWare (desenvolvedora de Mass Effect e Dragon Age), e a própria Maxis (responsável por The Sims) viram equipes serem reduzidas. A justificativa corporativa apresentada pela EA é sempre a mesma: realocar investimentos para “oportunidades de crescimento mais significativas” e “simplificar operações”.

A decisão de encerrar The Sims Mobile é, em essência, uma decisão fria de análise de custo-benefício. Embora o jogo fosse lucrativo, é provável que a receita gerada não justificasse o custo de manutenção dos servidores, o desenvolvimento de novos eventos e a equipe de suporte, especialmente em comparação com o potencial de lucro exponencial que a EA prevê para The Sims 5 (Project Rene). O novo jogo principal de The Sims promete ser multiplataforma e incluir um forte componente online e social, potencialmente absorvendo a base de jogadores que antes jogava no celular. A EA, ao que parece, está eliminando a concorrência interna antes de lançar sua nova e ambiciosa plataforma.
Outros títulos móveis e projetos de menor escala da EA também sentiram o peso dessa reestruturação. Nos últimos anos, vários spin-offs de franquias populares tiveram seu suporte descontinuado ou foram fechados. A estratégia é centralizar o desenvolvimento e o suporte técnico em torno de um número menor de franquias pilares, garantindo que os recursos não sejam dispersos em projetos que não alcancem os picos de desempenho financeiro esperados.
Para a comunidade de The Sims, o encerramento de The Sims Mobile é um lembrete agridoce do ciclo de vida dos jogos online. Ele encerra um capítulo e aumenta a pressão sobre a Maxis para que The Sims 5 atenda às expectativas de uma base de fãs que agora exige uma experiência de simulação de vida duradoura e unificada entre todas as plataformas. O desligamento dos servidores é o som dos recursos sendo realocados, e a esperança da comunidade agora reside inteiramente no sucesso e na longevidade da próxima geração da franquia principal.
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