“Eu quero escanear um fantasma pela primeira vez e quero ganhar um prêmio por isso.”
O que acontece quando se une um dos diretores de jogos mais visionários do planeta, uma parceria com o Xbox Game Studios e o mestre do terror moderno, Jordan Peele? O resultado é OD, um projeto que promete ser um “teste de medo” interativo e, aparentemente, a primeira obra de arte digital a conter… um fantasma real escaneado.
Em um ato que mistura performance de marketing, genuína crença e ambição tecnológica, Hideo Kojima revelou que sua meta para o desenvolvimento de OD é ser o primeiro a “escanear um fantasma” e usá-lo dentro do jogo. A afirmação, feita durante a celebração do 10º aniversário da Kojima Productions, é a prova de que o diretor está disposto a cruzar qualquer fronteira para elevar o terror a um nível de realismo nunca antes visto.
Fotorrealismo Paranormal
O projeto OD já chama atenção por sua extrema fidelidade visual, com trailers revelando atores como Sophia Lillis, Hunter Schafer e Udo Kier renderizados com um nível de fotorrealismo que beira o live-action. O processo de scanning de celebridades é uma marca registrada de Kojima, mas agora ele leva sua obsessão tecnológica para o campo do paranormal.
A declaração exata de Kojima é tão ambiciosa quanto cômica: “Eu quero escanear um fantasma pela primeira vez e quero ganhar um prêmio por isso.”
Por trás da brincadeira, há uma estratégia clara:
- Imersão Ambiental: A equipe de Kojima está empregando tecnologia de ponta para escanear ambientes de “lugares assustadores de verdade”. A ideia é que o cenário do jogo carregue uma atmosfera autêntica e palpável de medo, tirada de locações com histórico paranormal ou lendas urbanas.
- O Elemento Inesperado: A inclusão de um “fantasma escaneado” serviria como o selo máximo da busca por autenticidade de Kojima. O diretor, que frequentemente mistura folclore e ficção científica em seus trabalhos, quer usar a ideia do sobrenatural não como um cliché, mas como um elemento de metalinguagem que perturba o jogador.
O Estúdio Assombrado e o Ritual de Purificação
A crença ou o fascínio de Kojima pelo sobrenatural não é apenas um truque de palco. Ele compartilhou detalhes curiosos sobre o próprio ambiente de trabalho da Kojima Productions:
- O Som do Estúdio: O diretor afirmou ter gravado um som misterioso de “estalo” dentro do escritório, insinuando que poderia ser o ruído de uma atividade paranormal. Este som, inclusive, teria sido incorporado a um dos teasers de OD, adicionando uma camada de terror real ao material promocional.
- O Risco da Maldição: Em um toque que só poderia vir do Japão, Kojima revelou que, para garantir que o desenvolvimento do jogo estivesse seguro de qualquer influência maligna, ele e representantes da Microsoft (parceira no projeto) chegaram a visitar um santuário espiritual. “Talvez o fantasma estivesse ali, mas agora se foi,” brincou o diretor, mostrando que a precaução é levada a sério.
A busca por fantasmas e a visita ao santuário sublinham a dedicação de Kojima em criar uma experiência de terror que vá além da simples jumpscare. Ele está construindo uma narrativa em que o medo da incerteza e a sensação de que algo invisível e real pode estar à espreita são elementos centrais do gameplay.
O misterioso OD está sendo concebido como uma experiência de terror que, segundo o próprio diretor, fará os jogadores “sujarem as calças”. A ambição de escanear o que é, por definição, impossível de ser capturado, é a assinatura de Hideo Kojima. Seja essa busca um golpe de mestre do marketing ou uma busca literal, o resultado final promete ser o jogo mais enigmático e aterrorizante de sua carreira, superando o legado deixado pelo aclamado P.T..