A lenda de Frankenstein, a história do cientista que cria vida e o monstro que a recebe, é uma das mais duradouras da cultura pop
No entanto, poucas adaptações capturam a melancolia e a humanidade da obra original de Mary Shelley. Agora, o diretor vencedor do Oscar Guillermo del Toro está pronto para mudar isso, com um projeto que é, para muitos, o casamento perfeito entre um cineasta e um clássico do terror.
Anunciado como um dos próximos grandes filmes da Netflix, o Frankenstein de Del Toro não é apenas mais uma releitura, mas uma visão de um mestre de contos de fadas sombrios. O projeto, que o diretor sonha em realizar há décadas, promete mergulhar nas profundezas da tragédia e do terror psicológico, em vez de se contentar com o susto fácil.
O Elenco e a Visão do Mestre de Contos de Fadas
O elenco já anunciado para a produção é, por si só, um forte indicativo da seriedade do projeto. O carismático Oscar Isaac assumirá o papel do Dr. Victor Frankenstein, o ambicioso cientista que desafia os limites da natureza. O papel da criatura, o Monstro, ficou com Jacob Elordi, ator conhecido por seu trabalho em Euphoria e Saltburn. A escolha de Elordi, com sua imponência física, mas também com uma capacidade de expressar vulnerabilidade, sugere que Del Toro busca um monstro que é tão imponente quanto trágico.
Guillermo del Toro é um diretor com uma assinatura inconfundível. De A Espinha do Diabo a O Labirinto do Fauno e o vencedor do Oscar A Forma da Água, sua obra sempre se concentrou em criaturas e seres que são, na verdade, os corações mais puros de suas narrativas. Ele tem uma paixão por monstros, vendo-os não como vilões, mas como outsiders incompreendidos, vítimas da crueldade humana.
A Humanidade por Trás do Horror
O que diferencia a versão de Del Toro é o foco no Monstro como o verdadeiro protagonista. A história de Mary Shelley é uma exploração da rejeição, do abandono e da busca por aceitação. O Monstro de Shelley não é um monstro na alma, mas sim um ser inteligente, articulado e solitário, forçado à brutalidade pela falta de amor e aceitação de seu criador.
É essa a essência que Del Toro domina com maestria. Ele tem o dom de tornar o grotesco em algo belo e o assustador em algo comovente. É de se esperar que seu Frankenstein seja uma obra visualmente deslumbrante, com um design de criatura que misture a fragilidade do humano com a força do inumano. O diretor é um defensor de efeitos práticos e de maquiagem, o que sugere que o Monstro terá uma presença física e tátil que o público poderá sentir, adicionando uma camada de empatia à história.
O filme de 1931 de James Whale, embora icônico, retratou o Monstro de forma mais primitiva, um reflexo do medo que a sociedade tinha na época. A versão de Del Toro, por outro lado, tem o potencial de ser a adaptação mais fiel ao espírito do livro, explorando o relacionamento complexo e trágico entre criador e criatura, e questionando quem é o verdadeiro monstro.
O Que Esperar da Versão da Netflix
O projeto é ambicioso e a Netflix parece estar dando a Del Toro o espaço criativo que ele precisa. A plataforma se tornou um lar para o diretor, que também produziu a série de antologia Gabinete de Curiosidades e a animação em stop-motion de Pinóquio para o serviço. A união de um diretor com uma visão tão singular com uma das histórias mais importantes do terror promete um filme que não só irá satisfazer os fãs do gênero, mas também irá solidificar o legado de Del Toro como um dos grandes autores da fantasia moderna.
Em um cenário onde os filmes de terror frequentemente se baseiam em fórmulas, o Frankenstein de Guillermo del Toro se destaca como um farol de originalidade e paixão, um projeto que busca a beleza na escuridão e a humanidade no coração de um monstro.
Assista ao trailer:
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