Depois de quase uma década de expectativas, adiamentos e recomeços, o remake de Prince of Persia: The Sands of Time finalmente parece ter dado um passo visível

Depois de quase uma década de expectativas, adiamentos e recomeços, o remake de Prince of Persia: The Sands of Time finalmente parece ter dado um passo visível: vazaram recentemente imagens e vídeos de uma apresentação interna do projeto que revelam gameplay, conceitos de personagens e modificações significativas no design original. A seguir, vamos destrinchar o que foi vazado, o que mudou em relação ao original, o histórico conturbado do desenvolvimento e o que isso pode significar para os fãs da franquia.
1. Histórico do Projeto
A saga deste remake já tem seu próprio roteiro digno de épico. Eis os principais marcos:
- O original The Sands of Time foi lançado em 2003 e rapidamente se tornou clássico graças ao seu design de plataforma, ao uso de poderes do “Tempo” e à atmosfera de conto persa. Wikipedia+1
- Em setembro de 2020, a Ubisoft anunciou o remake. Wikipédia+1
- Ele estava inicialmente previsto para janeiro de 2021, depois março 2021 — mas foi adiado indefinidamente. Wikipédia+1
- Em maio de 2022, o desenvolvimento foi transferido para o estúdio principal da série, a Ubisoft Montréal. Kotaku
- Em 2024, surgiram novos indícios de que o jogo estava programado para 2026. GamesHub
- De acordo com relatórios de imprensa, a Ubisoft confirmou que o remake está programado para ser lançado até 31 de março de 2026. The Verge+1
Ou seja: se você está perdendo as contas, não está sozinho. O projeto já sofreu mudanças de equipe, atrasos e até mesmo rumores de reinício completo. É natural que os fãs estejam cautelosos.

2. O Vazamento: O Que Foi Revelado
Recentemente, um vídeo de cerca de 10 minutos,originado de uma apresentação interna da Ubisoft (data-estimada: 1º trimestre de 2024, vazou online. The Game Post+2Kotaku+2
Embora a qualidade seja baixa e o conteúdo claramente “em estágio alfa”, ele revela várias mecânicas e elementos de design que valem atenção:
Principais revelações
- A personagem Princess Farah (ou Farah) ganha um perfil mais robusto: no slide vazado, ela aparece como “19 anos, fria-coração, graciosa e determinada, filha mais velha do Maharajah, arqueira treinada”. The Game Post+1
- Farah não será jogável, ao menos segundo a apresentação. Mesmo assim, ela é descrita como “central tanto para a história quanto para a jogabilidade”. The Game Post+1
- As mecânicas de tempo estão de volta, as clássicas “rebobinar”, “desacelerar”, “parar o tempo” e uma nova habilidade mais poderosa: congelar inimigos para permitir ataques rápidos. The Game Post+1
- Plataforma ainda é o foco principal: controle mais refinado no ar, travessias complexas com armadilhas, ambientes que colapsam, movimento acrobático refinado. GamesHub+1
- Design em “dupla” com Farah nos quebra-cabeças: Farah poderá interagir com o ambiente (ex: usar arco para acionar mecanismos) e colaborar em “movimentos acrobáticos cooperativos” com o Príncipe. The Game Post
- Combate modernizado: além de plataforma, o remake enfatiza combate acrobático, uso expandido dos poderes do tempo para lutas, inimigos e chefes reworkados. Farah agora atua como aliada efetiva, em vez de depender totalmente do jogador para ser salva. The Game Post+1
- Novas localizações: a apresentação menciona que além dos ambientes do original, dois novos locais foram adicionados. GamesHub

3. O Que Isso Significa em Relação ao Original
Para contextualizar: o original The Sands of Time tinha características que encantaram jogadores na época, e também algumas limitações que, em 2025/2026, poderiam parecer datadas. Vamos ver o que foi mantido, o que está sendo alterado e o que corre risco.
Mantido
- A essência da plataforma: correr, escalar, saltar, usar o ambiente , ainda está no cerne.
- Os poderes de tempo: rebobinar, desacelerar, parar,são parte do DNA do original e aparecem no remake.
- O estilo narrativo “conto persa” com charme, magia, castelo, “areias do tempo” embora os vazamentos não revelem todos os detalhes da história.
Alterado / Expandido
- Controle de personagem: a apresentação fala em fidelidade alta e controle refinado, inclusive no ar, sugerindo que o remake visa evitar o sentimento de “jogo de 2003” no que toca a resposta de controle. GamesHub+1
- Design de níveis: em vez de simplesmente “refazer” os ambientes antigos com gráficos melhores, a Ubisoft parece estar “reconstruindo” muitos locais, adicionando novidades (como os dois novos locais mencionados) e focando em layout mais ambicioso. GamesHub+1
- Quebra-cabeças em dupla: o original tinha momentos onde Farah aparecia e cooperava (limitadamente), mas esse remake parece levar isso para um nível mais explícito de colaboração entre herói e aliada. Isso pode trazer inovação interessante no gameplay.
- Combate: o original foi mais valorizado pelo platforming e poderes do tempo do que pelo combate profundo. O remake parece dar mais ênfase ao combate, ataques acrobáticos, uso mais criativo das habilidades de tempo, inimigos repensados.
- Farah como personagem mais robusto: no título original, Farah foi às vezes motivo de frustração para jogadores (por depender dela, preocupações com áudios/recompensas, etc). Aqui, ela aparece descrita como mais independente, mais funcional e parte ativa da jogabilidade. Isso pode ajudar a modernizar a experiência.

Riscos ou Incertezas
- Equilíbrio entre “remake fiel” e “reimaginação moderna”: sempre que um clássico tão amado é retrabalhado, existe o risco de perder o charme original em busca de “modernidade”. É importante que o timing, a fluidez, a sensação de “voar pelas paredes” não sejam sacrificados.
- Quanto daquilo que vimos ainda está sujeito a mudança: como o vazamento mostra uma fase alfa/interna, há possibilidade de que elementos apresentados sejam alterados ou abandonados.
- Expectativas vs realidade: dada a longa espera (e as sucessivas trocas e atrasos), os fãs estão mais inseguros do que o normal, há uma “aura” de que “isso vai atrasar de novo”.
4. Qual é a Importância do Vazamento
Por que esse vazamento é relevante? Vamos enumerar alguns pontos:
- Prova de vida do projeto: muitos fãs da franquia já duvidavam se o remake sairia ou iria se estagnar para sempre. Ver gameplay e slides internos ajuda a confirmar que o jogo está em desenvolvimento real.
- Visão de direção: os vazamentos dão uma ideia de como a Ubisoft está pensando o remake, não apenas “gráficos melhores”, mas mudanças estruturais no design, personagens, narrativa e mecânicas.
- Engajamento da comunidade: vazamentos alimentam a comunidade, permitem discussões antecipadas, permitem que fans debatam o que querem ou não. Isso pode trazer feedback valioso ou gerar expectativas que a Ubisoft deve gerenciar.
- Pressão sobre o estúdio/empresa: com evidências visuais circulando, a Ubisoft está mais exposta, tanto para o que entregar quanto para justificar os atrasos anteriores.
5. Perspectivas de Lançamento
Com base nas informações públicas (e nos vazamentos), podemos traçar um cenário:
- A Ubisoft continua afirmando que o remake será entregue até 31 de março de 2026. The Verge+1
- Relatórios de imprensa sugerem que janeiro de 2026 pode ser o alvo interno da Ubisoft, para aproveitar janela relativamente tranquila (menos concorrência de grandes lançamentos). GamesHub
- Plataformas: espera-se que o jogo seja para PS5, Xbox Series X/S e PC, possivelmente sem versões dedicadas para PS4/Xbox One, dado o foco “geração atual”. GamesHub
- Apesar disso, até o momento não houve trailer oficial com gameplay público ou data de lançamento final confirmada,o que reforça a necessidade de cautela.
6. O Que os Fãs Podem Esperar (e Desejar)
Se você é fã da era original e está de olho neste remake, aqui vão algumas reflexões sobre o que vale comemorar, e o que ficar de olho.
O que merece comemorar
- A promessa de movimento mais fluido e refinado, tanto em plataforma quanto em combate.
- Farah com papel mais relevante e menos “peso morto” ou “personagem à mercê do jogador”.
- Ambiente reconstruído, mecânicas de tempo ampliadas e design de níveis com mais ambição.
- O resgate de uma IP clássica que estava meio “esquecida” no radar das grandes franquias da Ubisoft.
O que observar com atenção
- Se o remake vai honrar o espírito do original, aquele sentimento de descoberta, de saltar sobre colunas, rastejar por paredes, desafiar as leis da física (pelo menos no videogame), sem se tornar “apenas mais um game de ação moderno”.
- Se o tempo de desenvolvimento e recursos empregados refletem em qualidade final, ou se veremos algo “corrido” ou com mecânicas comprometidas.
- A durabilidade e complexidade dos quebra-cabeças: um dos trunfos do original foram puzzles inteligentes que envolviam tempo. Se isso for minimizado, pode decepcionar.
- A função das novas localizações e mudanças, quão integradas elas ficam no “roteiro geral” sem parecerem colocadas apenas para “ter novidade”.
7. Reflexão Final
O remake de Prince of Persia: The Sands of Time chega em momento onde remakes e “revivals” de clássicos estão em alta, mas também onde o público está mais exigente. Ver um vazamento com gameplay e design mostra sinais de que a Ubisoft está tentando levar esse projeto a sério e não apenas fazer um “port upscalado”.
Por outro lado, o longo ciclo de desenvolvimento e as mudanças de estúdio geram um histórico que não inspira plena confiança. A expectativa está altíssima, o risco de decepção também.
Se tudo der certo, podemos revisitar um jogo que marcou gerações, com gráficos modernos, fluidez atualizada e ainda aquela magia de manipular o tempo, saltar entre colunas e explorar palácios persas. E se algo sair errado ou for menos grandioso do que esperamos, também estaremos prontos para criticar. Afinal, legado exige entrega à altura.
